sexta-feira, 8 de maio de 2009

O primeiro exercício

Web 2.0 muda a vida dos jornalistas

A Web 2.0, ou qualquer outra denominação para uma rede em que exista participação de usuários, já que não existe consenso sobre o uso desse termo, é uma realidade no Brasil e obriga os jornalistas a mudarem a sua forma de pensar a comunicação. Eles deixaram de ter exclusividade na produção de conteúdos. Nos dias atuais, há muito poucos leitores de jornal, ouvintes de rádio, telespectadores ou internautas dispostos somente a absorver conteúdos. A maioria deles está pronta para contribuir, contar fatos que presenciaram - e que os jornalistas contariam a partir do que teriam apurado -, publicar fotos, vídeos e opinar sobre tudo o que é divulgado. Diante disso, considerando que existem muito mais leitores, ouvintes ou telespectadores do que jornalistas, os comunicadores estão em desvantagem.

É fato que a internet, nos últimos tempos, massificou-se e democratizou-se, oferecendo níveis grandes de interatividade. Em entrevista ao Jornal Pioneiro, de Caxias do Sul, o jornalista Ricardo Noblat, titular do Blog do Noblat, um dos mais importantes do país, afirma que os profissionais da comunicação não podem ignorar o mundo virtual e suas evoluções:
- Os jornalistas não podem desconhecer a internet. Ela pode virar o meio de sobrevivência deles.

A respeito da participação dos internautas no que os jornalistas publicam, ressalta que as opiniões devem ser levadas em conta. Em relação aos blogueiros, destaca que aqueles que não consideram as manifestações dos seus leitores estão fazendo colunas eletrônicas, e não blogs. A comparação é válida para ilustrar a principal diferença entre a Web 1.0 e a Web 2.0. No primeiro caso, os leitores encontrariam, sim, uma coluna eletrônica, que havia migrado do jornal impresso para a rede de computadores, já que os usuários não participavam. Hoje, com a Web 2.0, internautas produzem conteúdo o tempo todo.

No meio jornalístico, porém, é preciso manter a necessidade de checagem e zelar sempre pela veracidade do que está sendo publicado, sob pena de comprometer a credibilidade do veículo de informação. No site www.pioneiro.com, há a ferramenta leitor-repórter, por meio da qual os leitores podem enviar fotografias e informações. No entanto, a equipe que trabalha no site sempre produz um contraponto antes de colocar a manifestação no ar, quando o tema exige que o outro lado seja ouvido, mantendo assim a premissa básica do jornalismo. A intenção é que a credibilidade do Jornal Pioneiro - considerando-se aqui a edição impressa - , que foi construída em 60 anos de atuação, seja transferida para o site.

Apontada como um dos exemplos da Web 2.0, a Wikipedia é uma fonte de informação onde os usuários podem editar informações. No entanto, para pesquisas feitas por jornalistas a fim de publicação, é preciso ter um certo cuidado. A prudência de checar o dado em outra fonte é fundamental, já que não são apenas especialistas que postam no site. Considerando esse cuidado, a Web 2.0 é um excelente banco de dados. Como o acesso à internet tem crescido no mundo todo, milhões de pessoas estão contando o que está ocorrendo em sua cidade ou sua vida. Usando um filtro para buscar apenas o que lhe interessa, já que o volume de informações é muito grande, é possível se atualizar sem comprar jornais ou ouvir rádios e, ainda, opinar sobre o que está sendo visto.

Para facilitar essa busca por informações, há uma outra ferramenta, possível apenas na Web 2.0: o Twitter. Criado com a pergunta "O que você está fazendo agora?, ele tornou-se mais do que um espaço para as pessoas contarem o que está ocorrendo na vida delas. Hoje, o Twitter pode ser considerado um site em que é possível se atualizar sem perder muito tempo, algo cada vez mais raro no dia-a-dia corrido de brasileiros e estrangeiros. Como o espaço é limitado a 140 caracteres e é possível, em sua página inicial, ter os principais fatos dos grandes sites de notícias, entrando em apenas um site - o home do seu Twitter -, o internauta tem um resumo do que está ocorrendo no Brasil e no mundo. Ele ainda pode escolher a área que pretende se informar, já que tem a oportunidade de selecionar que portais pretende "seguir", usando a linguagem do Twitter.

E a principal característica da Web 2.0 no Twitter é que como qualquer internauta pode postar e ser "seguido", além de ver o que um grande portal está noticiando, o internauta pode saber o que está ocorrendo na sua rua, o que seus amigos vão fazer à noite ou contar algo que ache válido para os outros. Se a invenção da internet já foi uma revolução no mundo, com certeza os efeitos da Web 2.0 também são muito grandes. E considerando a necessidade de checagem e credibilidade, veio para ajudar muito.

2 comentários: